domingo, 17 de abril de 2011

Quando a fantasia vira História

Cena da novela Cordel Encantado 
A Televisão brasileira, vez por outra, produz história. Neste exato momento, estamos vivendo um caso desses. Falo da novela Cordel Encantado. Um folhetim no mais legítimo estilo "Capa e Espada" que encanta pelo texto, pela imagem, pelo humor e pelo drama - tudo usado na medida correta.

No ar há uma semana, a novela me fez lembrar de um antigo professor, dos tempos da UNISINOS, de quem eu gostava muito, Francisco Diana Araújo. Araújo, como o chamávamos, era e continua sendo um dos meus ídolos. Foi quem me ajudou a enxergar o mundo da comunicação com ciência e com prazer.

Ele era apaixonado por telenovelas. Se ainda estiver vivo - espero que sim - certamente está com os olhos grudados na telinha, escrevendo suas críticas e análises, mas sobretudo, curtindo o espetáculo. Pois bem, o Araújo nos dizia sempre: "Vocês, estudantes de comunicação, tem obrigação de assistir TV com outros olhos. Enxergar além, com olhar de pesquisador, de especialista. Nada na televisão é de graça, é por acaso".

Como a novela vai ao ar às seis da tarde, horário em que o meu dia de trabalho ainda não terminou, programo a TV e gravo todos os capítulos para assistir antes de dormir, ou nas madrugadas, enquanto faço a minha corrida na esteira.

Thelma Guedes e Duca Rachid
A história escrita por duas mulheres, Thelma Guedes e Duca Rachid, traz para as nossas casas uma fantasia que reúne reis, cangaceiros, sertanejos, donzelas, megeras, e um par romântico formado por uma princesa - filha de um rei europeu; e um príncipe, filho de um rei do cangaço. Os dois, passam a infância distantes de suas famílias originais, se descobrem e se apaixonam na adolescência. E tentam reescrever um destino que, por outras vias, já está traçado.



Estão ali todos os ingredientes encontrados nos maiores clássicos da literatura ocidental - mocinhos, bandidos, poder, frustração, filosofia, religião, amor, ilusão, dor, humor e diversão. Reparem nos detalhes do figurino; na riqueza dos cenários; na qualidade da iluminação e na bela fotografia obtida com as moderníssimas câmeras F35,  que valorizam ainda mais as cenas gravadas na França ou no sertão de Sergipe.

Pra fechar essa conversa, não descuide da trilha sonora. É um espetáculo à parte. Reproduzo aí abaixo a abertura da novela, uma bela música interpretada por Gilberto Gil e Roberta Sá.

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