quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Liliana, Tarsila e os biscoitos

Lá de Cochabamba, na Bolívia, Liliana Bayá me escreve uma carta que mostra, a um só tempo, o que a internet é capaz de fazer para reduzir distâncias, repartir conhecimento, estendendo a arte e a culinária de forma tão intensa a lugares e pessoas tão distintas.

A carta, vocês logo vão perceber, foi motivada por um texto publicado aqui no blog. E junto com as linhas carinhosas da minha comadre, vieram também as fotos de um projeto artístico-comestível e as receitas de biscoitos que parecem deliciosos. Tudo, com o tempero indispensável da comunicação virtual. Valeu, comadre!

Liliana Bayá
Oi, compadre!
Hoje, depois de ler sopa e arte (texto tão bonito) também tenho algo para você. Precisamente, algo sobre a mesma artista de que fala o seu texto - Tarsila do Amaral. A diferença é que o que trago não é sopa. São doces e biscoitos.

A história começa com Angelika Heckl uma artista plástica, da Áustria. Ela vive na Bolívia há 20 anos e é a mais legítima representante do meu país em exposições de arte contemporânea que acontecem pelo mundo a fora.

Em dezembro passado, ela foi convidada para apresentar um trabalho artístico-comestível, uma experiência que realizou misturando cores e doces, tomando como base a pintura de Tarsila do Amaral. Uma mostra de arte comestível, organizada pelo SESC de São Paulo, com foco na educação infantil.

Angelika, que é minha grande amiga, sem saber estabeleceu uma ponte visual e conceitual entre o seu texto, a sopa, os biscoitos e Tarsila do Amaral.   Ela me escreveu contando sobre a experiência, mandando as fotos e as receitas dos biscoitos. Que eu faço questão de te enviar agora. Espero que os seus leitores que se aventurarem com a receita consigam fazer biscoitos saborosos. 

Muitos beijos,
Liliana, sua comadre.


Foto da exposição de Angelika Heckl, realizada no SESC SP, em 2011.
Durante o trabalho, crianças ajudaram a produzir os biscoitos e
reproduzir o quadro Abaporu, de Tarsila do Amaral.

Scones 
2 xícaras de chá de farinha de trigo
1/4 de xícara de chá de açúcar
1 ¼ colher de chá de Fermento em pó
1/4 colher de chá Bicarbonato de sódio
1/4 colher de chá de sal
1/2 xícara de manteiga
1/2 xícara de chips de chocolate ou uva passas
1 colher de chá de extrato de baunilha
2/3 a 3/4 xícara de chá de iogurte natural ou coalhada

Aqueça o forno a 200 º. Unte uma assadeira . Misture os ingredientes secos em uma tigela. Corte a manteiga em pedaços pequenos e junte a farinha, amassando com a ponta dos dedos até que ela se assemelhe a uma farofa. Junte as passas.  Acrescente o iogurte e a baunilha e misture apenas o suficiente, sem sovar.  Separe a massa em 8 bolinhas e amasse com a palma da mão. Leve para assar por 15 a 20 min ou até dourar.

Scones "Razão e Sensibilidade"
2 xícaras de chá de farinha de trigo
1/4 de xícara de chá de açúcar
1 colher de chá de fermento em pó
¼ colher de chá de sal
4 colheres de sopa de manteiga
½ xícara de chá de uva passas
5  colheres de sopa de  leite (aproximadamente)


Aqueça o forno a 200 º. Unte uma assadeira . Misture os ingredientes secos em uma tigela. Corte a manteiga em pedaços pequenos e junte a farinha, amassando com a ponta dos dedos até que ela se assemelhe a uma farofa. Junte as passas.  Acrescente o leite e misture com as mãos, até que fique uma massa macia.  Abra a massa com um rolo, numa espessura de 2cm (experimente colocar a massa entre dois plásticos e depois passe o rolo). Corte com a borda de um copo pequeno e leve para assar, por cerca de 15 min. ou até que doure.
PS do Maranhão Viegas: Na tradução da receita, que originalmente veio em espanhol e tinha "detalhes" culinários que este escriba não teve capacidade de perceber, contei com o auxílio luxuoso de Mariza Poltronieri, a culinarista oficial deste blog, para salvar a receita e evitar frustrações daqueles que se aventurarem a fazer os biscoitos.

Um comentário:

  1. A ideia é bonita, os biscoitos parecem saborosos. A arte se multiplica sempre e se encontra em inúmeras histórias, cruzando caminhos e emocionando. É o jeito de sentir de cada um. Que bom!

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