terça-feira, 20 de agosto de 2013

Meus eus

O presente. Duas caixas em uma. Nuca e Viegas.

Meus dias de Nuca Viegas ganharam forma real. 
Vieram em uma caixa de correio, cuidadosamente embalada.
Dentro, mais do que um presente, um pedaço de minha alma.

A caixa do Nuca.
Baladeira, balas, pastilhas, jujubas e chicletes. 
Caixa do Viegas.
O vinho.
A caixa contém outras duas caixas dentro. Minhas duas porções. Meus eus
De um lado, um menino, Nuca, guardado em memórias de pastilhas doces, balas chita,
jujubas e baladeiras. (Baladeira é como se chamam os estilingues em minha terra).
Ao lado do menino, o homem feito, espelho do tempo, em outra caixa.
Viegas, vinho, guardanapo de taça, sabor para ser degustado em conjunto.

Nuca Viegas é a síntese do que sou.
É como carinhosamente minha mãe costuma me chamar
quando ela está feliz. A partir de aqui, é também a forma de 
aguçar a minha memória para a virada que o tempo me impõe, aos 51.

Outra escala se inicia. Outra ladeira 
(que, dependendo do ponto de vista, pode alternar subida também).
Como na música de Milton Nascimento:

Caminho por uma rua 
que passa em muitos países, 
se não me vêem, eu vejo 
E saúdo velhos amigos! 

De quebra, recebi um outro presente, um amigo imaginário (que eu creio, deva existir de verdade). Kiko/Cláudio. O fazedor de estilingues ( as baladeiras, lá no meu Maranhão).
Foi ele quem fez a minha baladeira. Com forquilha de goiabeira (que é a melhor),
e com borracha de pneus (dessas raridades que não se encontram mais por ai). 
Guardadas as proporções, ganhei a "Ferrari" das baladeiras. 

Kiko é obra de pesquisa. Fabrica baladeiras e organiza jogos de pontaria. 
Zela com tal zelo o menino que habita o Cláudio (seu alterego) que os torneios, lá em Maringá, se multiplicam em números e participantes - quem poderia imaginar isso,
em pleno Século XXI?

Espero conhecê-los (Kiko e Cláudio) e agradecer pessoalmente.
O presente, o relicário, o resgate da criança em mim.

Há um menino, há um moleque...
A minha baladeira está no pescoço.
O presente, obra de Mariza Poltronieri, minha amiga, mais amiga nessa vida, 
está bem cuidado, no real e no imaginário. 
Que maravilha é viver!

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