sábado, 28 de setembro de 2013

Escritas cruzadas

As letras de BH
A casa de JK que virou palco da infância de Cris Guerra e seus irmãos.
Hoje, um museu cheio de boas lembranças.
Cris Guerra me escreve na madrugada, pedindo ajuda para editar um texto. Fez um texto confessional sobre uma das casas de sua infância. Originalmente, era a casa de verão de JK. Dois anos depois de construída, foi comprada pelo avô de Cris, Joubert Guerra. Ali, ela teve, junto com seus irmãos, belos domingos de infância.

O texto de Cris ficou um pouco maior do que o espaço destinado a ele na revista. Ela me pediu ajuda, confessando estar emocionalmente impedida de tirar qualquer palavra. Fiz o mais difícil, sugeri cortes. Mas exerci o papel de "Maranhão mãos de tesoura" com o maior cuidado possível e o carinho que a escrita merecia.

As meninas de ontem na escada. Filhas e sobrinhas ...
... das meninas de hoje, na mesma escada.
O tempo, caprichosamente, se repetindo. Se renovando.
Acho que não interferi na essência do texto de Cris, nem alterei a essência dos domingos memoráveis que essa moça passou perto de sua "avó Juju", dos seus irmãos, dos seus pais e - talvez, sem nem se dar conta - tão dentro da história do Brasil.

Quem ainda não viu o texto, pode ler clicando aqui.

As letras de minha terra

Uma conversa sobre música e poesia, com Lília, na TV Câmara.

Lília Diniz
Dias destes, estive junto com Lilia Diniz em um programa da TV Câmara. Nos conhecemos ali e nos reconhecemos poetas, nordestinos e loucos pela vida. Deu-se uma amizade de um dia, com muitos anos de história.

Hoje, Lília me escreve dizendo que vai participar de uma feira do livro em São Luis do Maranhão. Me manda também o cartaz e o roteiro de convidados. Entre eles, descubro um nome conhecido. Lenita de Sá. Minha memória volta urgente à infância da Madre Deus. Lenita não deve se lembrar de mim. Meninos e meninas tinham interesses divergentes na infância. Eu não era da turma dela, nem ela da minha. Mas morávamos na mesma rua.

Lenita de Sá
Me lembro de ver o irmão dela, Guega (se não me falha a memória) era o seu apelido, jogando bola e empinando papagaio. Havia uma distância de idade entre nós, mas nos enxergávamos mutuamente. Lenita é filha de Cecílio Café, que conduzia as montagens da Paixão de Cristo, na Madre Deus. Contemporâneos, ele, meu pai, minha mãe, meu avô e minha avó guardam muitas histórias do bairro onde o coração da ilha bate mais forte. Lenita cresceu, eu também. Nos perdemos, sem que nunca houvéssemos nos encontrado de fato, na linha do tempo.

Ela virou escritora e eu jornalista. Hoje, nos cruzamos através de um cartaz, e pelas mãos de Lilia. A vida é uma brincadeira divertida, de encontros e partidas.

Cartaz da Feira do Livro em São Luis.
Na palestra de hoje à tarde: Lenita encontra Lília.
Hoje, esse encontro virtual se dá em três pontas. Na memória, nas escritas e na internet. Cris está no Rio, para o lançamento do seu mais recente livro, Moda Intuitiva. Lenita e Lília participam de um debate sobre a existência de uma poética feminina, na 7ª Feira do Livro em São Luis, que não por acaso foi batizada de FELIS.

Sim, a vida se faz em versos, encontros e partidas.

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