domingo, 1 de dezembro de 2013

Filme de Domingo

Início da tarde de domingo. Minha mãe me liga e avisa: Nuca, estamos indo para o cinema. Eu e teu pai vamos assistir "Trem Noturno para Lisboa". Minha mãe está toda serelepe. Mas eu sei que isso de ir ao cinema é coisa de meu pai.

Fico contente pelos dois. Na idade em que estão, ele com 74, ela com 70, é muito bom vê-los com disposição para pegar o carro, atravessar a cidade e ir ao cinema. Parece que estou ouvindo o meu pai dizer "tua mãe vai dormir a metade do filme, mas não importa, ela sempre acorda nos momentos mais importantes, não perde nada". 

Noite de domingo. Ligo para a casa de meus pais. Viegão me atende. E ai, pai, como foi o filme? Ah, foi muito bom. Me diz ele. Tirando uns probleminhas que aconteceram. Como assim? Eu pergunto, e ele passa a me relatar os probleminhas:

Viegão, fazendo um lanche depois do cinema.
Em foto de Tamara, sua neta. 
Nós já chegamos um pouco atrasados - culpa de tua mãe. Comprei os ingressos e o cara me disse que fazia dez minutos que o filme tinha começado. Não me importei, queria ver de qualquer jeito. Sala cinco, ele me avisou. 

Entramos já com tudo escuro. Nem percebemos que era a sala três. Com alguma dificuldade achamos dois lugares e sentamos. Na tela, aquele personagem, o Crô, aquele, da novela, fazia umas estripulias. Tua mãe me perguntou se estávamos na sala certa. Respondi que sim e disse que aquilo deveria ser um trailer. O nosso filme já, já, vai começar. 

Não era. Mais dez minutos e percebemos que estávamos na sala errada. Saímos naquela escuridão. Não tinha um lanterninha pra ajudar. No meu tempo, não faltavam lanterninhas no cinema. Hoje está tudo mudado, tudo moderno e a gente que se dane. 

Achamos a sala certa. já com meia hora de filme rolando. Mas não importava. Eu queria ver o filme de qualquer jeito. Como eu já tinha lido o livro, entendi tudo. Tua mãe, não. Primeiro que ela dormiu boa parte do filme. Não entendeu muito. Mas acordou sempre nas horas principais. Outra hora, vou de novo. Para ver a parte que perdi. É um bom filme.   

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