terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Short Cuts de tarde quase perdida

Dilema de tarde perdida:
Meio Nero, meio Joana. Não sei se queimo ou se ardo em chamas. 
O dia hoje está confuso. 
Um clima de angústia que altera os sentidos da gente. 
Parei um pouco pra pensar num dilema quase Shakespeareano:
 Não sei se Nero, ou se Joana D’Arc. 
Eis a questão. 
Do jeito que as coisas estão, não sei se toco fogo ou se viro carvão.

No meio disso me aparece o Maurilo Andreas com uma historinha daquelas capazes de jogar um balde d'água no meu pequeno incêndio e quase me matar de rir:


Outro dia no barbeiro ouvi o seguinte diálogo.
Cliente: 
- Só apara porque aqui em cima a coisa tá feia, tô ficando careca mesmo.
Barbeiro:
- Que nada, você até que tá bem. Precisa ver o pessoal que vem aqui, aquele povo que faz implante. Fica ridículo.
Cliente:
- Eu fiz implante.
(breve silêncio)
Barbeiro com voz sumida:
-       Mas o seu não tá ruim, não, viu? 

Me acabei na risada.
Na hora me lembrei de um episódio ocorrido em terras gaúchas.


Na cidade do interior, o Clube Principal era o centro do mundo nos dias de festa. 
Lá, se sabia de tudo e de todos.
E havia um ritual: Os homens chegavam e já se juntavam em um canto, numa rodinha de amigos. 
As mulheres, não. 

Antes de entrar, paravam na parte mais alta da porta principal, davam uma olhada pro salão, de forma a enxergar quem já tinha chegado, se usava ou não o mesmo vestido da última festa, e coisas assim. Nada, nenhum detalhe passava despercebido.

Numa dessas, duas amigas se encontraram. Trocaram beijos e cumprimentos. Uma delas olhou para o centro do salão, avistou algo incomum disparou:

- Olha lá, aquela mulher, de bigode!!! 
A amiga virou-se, olhou bem e disse: É minha irmã!
Sem perder o tom, nem descer do salto, a primeira emendou a galopeira:

- Mas, como ficou bem o bigode pra ela!!!!!

Assim, sob o riso besta, a tarde queima. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário